Quando as palpitações cardíacas devem preocupar?

Por Peter N. Landless e Zend L. Charles-Marcel, Revista Adventista


Em geral, não temos consciência do nosso batimento cardíaco. O coração, órgão vital e formado de modo “assombrosamente maravi­lhoso” (Sl 139:14), continua a bater fielmente ao longo da nossa vida. Essa pode ser uma das razões pelas quais consideramos o funciona­mento do coração algo garantido, pois ele é um “trabalhador” que não se queixa de sua tarefa ininterrupta.

Porém, há momentos em que percebemos as batidas que vêm do nosso peito. O termo usado para isso é “palpitação”. Elas podem ser sentidas durante um exercício físico intenso e, posteriormente, durante a recuperação dele, por um curto período.

Outra ocasião em que pode ser normal sentir o coração batendo é durante episódios de raiva, susto, ansiedade e tensão. A liberação de hormônios como adrenalina e cor­tisol aumentam o ritmo cardíaco e a pressão arterial. Embora espe­ramos que esse não seja o estado “normal” dos nossos leitores (estresse, tensão e raiva), pode­mos considerar normal a consci­ência do batimento cardíaco nes­sas circunstâncias.

Contudo, o estresse e a ansie­dade prolongados podem contri­buir para a progressão das doen­ças cardiovasculares, incluindo a hipertensão. Portanto, é impor­tante reconhecer a causa ou as causas do que altera suas emo­ções e administrá-las adequada­mente, podendo ser necessário buscar ajuda e aconselhamento profissional.

Também podemos ter consci­ência dos batimentos cardíacos quando descansamos a ponto de conseguirmos realmente “ouvir” o batimento regular do coração ou sentir o pulso.

Em linhas gerais, você deve atentar para algumas questões quando for avaliar suas palpi­tações. Durante o episódio, a velocidade do batimento cardíaco é rápida ou lenta? É regular ou irregu­lar? É momentânea ou prolongada? Está associada à dor no peito ou falta de ar? Esses fatores são importantes para ava­liar potenciais distúrbios (arritmias). Outros sintomas preocupantes são suor e tontura durante as palpitações. As arritmias podem provocar a súbita perda de consciência ou desmaio, sendo muito perigosas, especialmente se ocorrerem durante a condução de um veículo ou no banho.

As palpitações isoladas e assinto­máticas ocorrem normalmente durante a prática de exercícios físicos ou em circunstâncias estressantes. Porém, as arritmias cardíacas podem ser causa­das por questões hereditárias, anoma­lias congênitas, doenças das artérias coronárias, pelo uso de certos medica­mentos e de álcool, além da hiperativi­dade da glândula tireoide. As arritmias podem causar morte súbita. Por isso, em caso de suspeita, é bom consultar seu médico para se certificar de que as palpitações são benignas.

Como sempre ressaltamos aqui nesta coluna, o estilo de vida saudável pode ajudar a prevenir doenças cardíacas que dão origem às arritmias. Por isso, desenvolva bons hábitos e “não ande ansioso por coisa alguma”, permitindo que a “paz de Deus” guarde seu cora­ção e mente “em Cristo Jesus” (Fp 4:6 e 7, NVI).


PETER LANDLESS é cardiologista e diretor do Ministério da Saúde da sede mundial adventista em Silver Spring, Maryland (EUA); ZENO L. CHARLES-MARCEL é clínico geral e diretor associado desse ministério

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