Os rótulos dos alimentos são difíceis de compreender. Mas preste atenção nestas dicas importantes que irão ajudá-lo a fazer escolhas melhores!
Por Ellen Lima e Márcia Cristina Martins
Você já teve a curiosidade de ler os rótulos dos alimentos que consome? Talvez sim. Mas o problema é que eles são difíceis de entender, não é mesmo?
Antes de tudo, é preciso dizer que os rótulos são um instrumento de saúde pública. Além de serem um componente obrigatório para alimentos embalados, eles servem para comunicar ao consumidor informações nutricionais do produto. Além disso, disponibilizam a data da produção do produto, até quando ele deve ser consumido, como deve ser mantido para preservar a qualidade após aberto, entre outras informações.
Ao mesmo tempo, os rótulos dos alimentos são uma ferramenta importante para nortear a escolha dos produtos. Consequentemente, essa escolha terá um impacto sobre a saúde do consumidor. O problema é que nem todo consumidor está disposto a usar essa ferramenta. Quer um exemplo prático? Reflita nas seguintes perguntas:
- Você costuma ler a lista de ingredientes dos alimentos antes de comprá-los?
- Sabe o que significa a porção da informação nutricional?
- E identificar – pela informação nutricional – se o alimento tem grande quantidade de carboidratos, gorduras e sódio, você consegue?
Caso tenha respondido “sim” para as perguntas acima, seu entendimento sobre os rótulos dos alimentos e a importância deles é suficiente para escolhas alimentares conscientes e mais saudáveis. Por outro lado, se você respondeu não, este artigo vai ser muito útil para você!
A saber, no Brasil, o rótulo dos alimentos deve se enquadrar em uma série de exigências estabelecidas por legislações específicas. Mas duas informações no rótulo dos alimentos farão toda a diferença para as boas escolhas alimentares: os ingredientes e a informação nutricional.
Regra dos ingredientes
Com a finalidade de entender o que você está levando para casa, é bem importante saber que existe uma “regra” para a descrição dos ingredientes nos produtos, e compreender isso irá ajudá-lo bastante na hora de escolher o que comprar.
Essa regra estabelece que os ingredientes devem ser listados em ordem decrescente da sua proporção na composição do produto. Ou seja, o ingrediente de maior quantidade naquele produto vai aparecer em primeiro lugar na lista e assim por diante. Dessa forma, fica claro se o mesmo é saudável ou não, dependendo do que vem primeiro na lista.
Por exemplo, se o primeiro ou segundo ingrediente de um suco é o açúcar, quer dizer que existe pouca porção de fruta naquela bebida. Ou se um alimento que se diz integral apresenta uma sequência de farinhas refinadas e não integrais, fica a dúvida se a quantidade de fibras desse produto é relevante em comparação a outro não “integral”.
E aqui vai um grande alerta: fuja dos produtos onde os primeiros ingredientes são açúcar e gordura/óleo. Esses são alimentos com alto valor calórico e, nesse caso, deve haver um controle da quantidade ingerida.
Informação nutricional
Primeiramente, o que você deve analisar na tabela nutricional é a porção, pois todas as informações descritas ali serão referentes àquela quantidade de porção informada. Entenda que os itens obrigatórios a serem informados são:
- Valor energético;
- Carboidratos;
- Proteínas;
- Gorduras totais, saturadas e trans;
- Fibra alimentar;
- Sódio.
A tabela apresentará para cada um dos nutrientes a quantidade em gramas (g) ou miligramas (mg). Na tabela nutricional também consta o percentual do valor diário (VD%), que representa a proporção de cada componente em relação ao valor recomendado para que um adulto saudável mantenha uma dieta de 2000 kcal.
Como saber disso ajuda a escolher o melhor produto?
Vamos analisar: em um biscoito doce, a porção de 30g é referente a três biscoitos e o valor diário (VD%) de gorduras totais é de 10% em determinada marca. Mas se a mesma categoria de produto em outra marca, com a mesma porção, apresenta 5% de gorduras totais do valor diário (VD%), essa é a melhor opção, pois apresenta menor quantidade de gorduras totais.
Para boas escolhas, fique atento ao tipo de produto e aos seus nutrientes. Selecione como melhor opção o produto que apresentar menores quantidades de açúcares, gorduras e sódio. Observe também a quantidade de calorias de um produto, pois quando comemos mais calorias do que necessitamos, o resultado é ganho de peso.
Porém, a quantidade de calorias não deve ser o único fator para a escolha dos alimentos, já que a composição dos nutrientes também afeta a sua qualidade. Pense no que você acha mais saudável: um pastel de queijo de 150 kcal ou uma torta de legumes de 150 kcal?
Em resumo, antes de escolher um alimento embalado, analise as informações contidas na lista de ingredientes e na tabela nutricional: o valor calórico, a quantidade de cada nutriente e sua proporção em relação às recomendações diárias. Tudo isso você encontra nos rótulos dos alimentos!
ELLEN LIMA é nutricionista e MÁRCIA CRISTINA MARTINS é doutora em Ciência dos Alimentos e pós-doutora em Nutrição
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